PREFÁCIO
“No plano histórico, se são de arredar a favor e o ecânio, também são de evitar tanto o ódio como a paixão. Impõe-se ao cronista e ao historiador os fatos passados tanto frieza, toda isenção de animo, toda objetividade de juízo; não só pode ser apóstolo da figura retratada, nem o seu detrator tão pouco”
Francisco Nogueira
A objetividade deste trabalho é a de resgatar a história de Campina da Lagoa, fundamentada nos dizeres de Olavo Bilac:
“Toma o mundo que herdaste dos teus maiores e transmita-o mais belo e engrandecido à geração que te suceder”
Esse ensinamento deve ser absorvido por todos os campinalagoanos, pois uma comunidade, só é possível com a participação de todos, unidos por tradições, lembranças e aspirações comuns.
Uma comunidade sou eu, é você, é ele, é muita gente, somos todos nós, o povo deste lugar.
Destruindo o legado que recebemos dos nossos antepassados, esquecendo as suas vidas e seus feitos, seremos sempre um povo sem memória.
Assim, a nossa comunidade está resgatando a história da Campina da Lagoa, com a participação da equipe de trabalho, com as entrevistas conseguidas pelos pioneiros ou seus familiares, e demais colaboradores, estaremos resgatando o legado, que nossos antepassados nos deixaram.
UM POVO SEM MEMÓRIA, NÃO TEM HERANÇAS A DEFENDER.
Campina da Lagoa, 17 de setembro de 2010.
50 ANOS
Relembramos que uma comunidade só é possível com a participação de muitas pessoas, unidas por tradições, lembranças, aspirações comuns e conhecimentos técnicos, apresentamos a nossa Equipe de Trabalho, sem a qual não estaríamos editando na internet, todos os dias 04 e 17 de cada mês, o resgate da história de Campina da Lagoa.
Equipe de Trabalho:
Pesquisa/Coordenação e Redação
Pedro Altoé
Revisão/Editoração Eletrônica
Manuel Fonseca Rodrigues
Marisa Lupes Rodrigues
Digitação
Renata Araújo da Silva
Zinéia de Almeida Oliveira
Rosemari Alves Laporte
Fotografia/Escaneamento
Romildo Roesler
Arte-Diagramação Eletrônica
Jair da Silva Coelho
Zenir de Almeida
Pesquisa Online
Paulo Alcides Altoé
Rosangela Cristina Marchry
Colaboração
Jonias Oliveira da Silva
Janete Souza
Adilson de Assis Lebrão
Máster Lan House
Marcelo da Silva
Iara Barakat
Cássia Saguri Makino de Oliveira
Info House
Welyngton Tributino da Silva
Agradecimentos
Obter informações através de cópias de documentos, relatos, obras literárias especializadas, biografias, como o contido neste livro, só nos foram possível, graças às colaborações de dezenas de pessoas, das comunidades de Campina da Lagoa, Ubiratã, Campo Mourão, Curitiba, e Brasília.
Citar o nome de todos os colaboradores seria fazer uma extensa lista de pessoas que nos anos 1979 a 1980, que colaboraram de qualquer forma. Assim destacamos as entidades as quais pertenciam:
-Servidores do Executivo e do Legislativo de Campina da Lagoa, Ubiratã, Campo Mourão, e Curitiba;
-Servidores das entidades das esferas Estadual e Federal, nos Municípios de Campina da Lagoa, Ubiratã, Campo Mourão;
-Membros de Entidades não governamentais de Campina da Lagoa.
-Museu Paranaense e da Universidade Federal do Paraná;
Finalizando os nossos agradecimentos a todos aqueles de que forma direta ou indireta colaboraram e colaboram para que este trabalho fosse concretizado. Pedimos desculpas pela omissão ou pelo esquecimento, de qualquer citação, que nos tenha fugido à memória, ou se extraviado dos nossos arquivos.
INTRODUÇÃO
O objetivo principal deste trabalho é resgatar a história do Município de Campina da Lagoa.
Iniciamos esclarecendo as dúvidas existentes quando observamos o brasão do Município.
Na faixa de cor vermelha, observamos duas datas, a da esquerda é 17-09-1960 e a da direita é 04-11-1961.
De imediato reconhecemos o 04-11-1961, como a tradicional data comemorativa do Município. E a outra data? O que representa?
Iniciaremos analisando a Lei Estadual 4245, sancionada pelo Governador Moyses Lupião, no dia 25 de julho de 1960, e publicada no Diário Oficial no dia 28 de julho de 1960.
Essa Lei tem um total de 51 folhas, mas iremos analisar somente 4 folhas.
A folha nº. 1, que no seu art. 1° cria no Quadro Territorial do Estado os 59 Municípios, que são citados em ordem alfabética, enumerados em algarismos romanos nos seus incisos; definindo os seus limites territoriais.
Na folha nº. 5, no inciso VIII – Aparece o nome de CAMPINA DA LAGOA, desmembrado de Campo Mourão, com sede do mesmo nome e comas seguintes divisas – 1 com o Municipio de Mamborê.
– Na folha nº. 6 da sequência as divisas: 2 – com Município de Roncador; 3 – com a Cidade de Pitanga; 4 – com Guaraniaçu; 5 – com Cascavel; e 6 – com o Municíio de Ubiratã.
– Na folha nº. 6 da sequência as divisas: 2 – com Município de Roncador; 3 – com a Cidade de Pitanga; 4 – com Guaraniaçu; 5 – com Cascavel; e 6 – com o Municíio de Ubiratã.
Na folha nº. 51, observamos o art. 5° - ...“Os Municípios criados por esta lei serão instalados na data da posse dos respectivos Prefeitos.”...
Dando sequência ao estudo e as pesquisas, analisamos três obras históricas, a História do Paraná da Grafipar – 1968; O Paraná e seus Municípios – 1996 da Editora Memória Brasileira.
A Lei Municipal nº. 12/75, é que criou os símbolos do Município; O trabalho Heráldico do Professor Arthur Luponi.
Analisando as informações dessas obras, e comparando-as com as determinação da Lei 4245, chegamos as seguintes conclusões:
04-11-1962 – É a data em que tomou posse o senhor Eugênio Malmstron, o primeiro Prefeito eleito no Município.
17-09-1960 – É a data da instalação oficial do Município de acordo com o disposto art. 5° da Lei 4245, pois nessa data foi nomeado e tomou posse o senhor João Fenianos, nomeado pelas autoridades da época, e que governou Campina da Lagoa, como Prefeito Interino por 1 ano, 4 meses e 24 dias, até 04 de novembro de 1961, quando deu posse ao primeiro Prefeito eleito.
Do lado esquerdo 17/09/1960 é a data em que se realizou a instalação da Prefeitura provisória, conforme consta na ata de instalação do Município de Campina da Lagoa, com a presença e posse do senhor João Fenianos, como Prefeito Interino do município, nomeado em 27 de agosto de 1960, pelo deferimento do Decreto n° 31.654 pelo governador Moyses Lupião.
Estiveram presentes na solenidade as seguintes autoridades:
- Antonio Teodoro de Oliveira – Prefeito de Campo Mourão;
- Dr. Elias Farhat – Secretario da prefeitura de Campo Mourão, e representante do poder judiciário da comarca;
- Tenente Martinho Tomaz Ribeiro – Delegado de policia de Campo Mourão;
- Felipe Silveira – Presidente do Partido Social Democrático – PSD de Campina da Lagoa;
- Eugênio Malmstron - Presidente do Partido Democrata Cristão - PDC de Campina da Lagoa;
- Eulélio Muniz – Secretário interino da Prefeitura de Campina da Lagoa; além de inúmeras pessoas do município instalado, representantes das comunidades campinalagoana.
Diversas pessoas usaram da palavra, e finalizando a menina Mariclene Chiqueto, saudou o Prefeito com uma bela poesia.
Finalizando a solenidade o senhor Antonio Teodoro de Oliveira, Prefeito de Campo Mourão declarou instalado o município de Campina da Lagoa.
Analisando o disposto no artigo 4° da Lei 4245 :
“As primeiras eleições para Prefeitos e Vereadores dos municípios criados por esta lei realizar-se-ão em 1960, na data que for fixada para as eleições de Governador do Estado e Presidente da Republica.” Naquela ocasião as eleições foram realizadas em 03 de outubro de 1960, conforme registros do cartório eleitoral de Campo Mourão.
Para completar a observância do que dispõe o art. 5° da Lei 4245, chegamos as seguintes conclusões:
· Dos 59 municípios 5 (cinco) não foram implantados e 54 foram oficialmente implantados em datas diversas, não coincidido com suas datas comemorativas (ex: o municíio foi implantado no dia 10 de janeiro do ano tal e a data comemorativa é 10 de julho).
· 16 comemoram na data de sua implantação; 27 comemoram a data no dia 25 de julho, data da Lei 4245; 02 comemoram a data no dia 28 de julho, data da publicação da Lei 4245; 07 comemoram em datas diferentes das datas da Lei 4245 e da posse dos seus prefeitos; 02 comemoram na data da Padroeira do Município.
Finalizamos esclarecendo que as datas no Brasão do Município, a da do lado esquerdo (17/09/1960) é a data da instalação oficial do município, e a da posse do primeiro prefeito o senhor João Fenianos, que governou Campina da Lagoa, interinamente até o dia 04/11/1961, data em que tomou posse o senhor Eugenio Malmstron, eleito em 03 de outubro de 1960.
BIBLIOGRAFIA:
- Lei Estadual 4245 de 25 de julho de 1960.
- Lei Municipal 12/75 de 03 de setembro de 1975.
- Trabalho Heráldico do Professor Arthur Luponi realizado em 1975.
- Historia do Paraná – Volume IV – 22ª edição, Gráfica editora Paraná Cultura Ltda.
- O Paraná e seus municípios -1984 - Editora Memória Brasileira – Maringá.
COLABORAÇÃO:
- Arquivo da biblioteca de Pedro Altoé.
- Arquivos e servidores públicos, do Legislativo e do Executivo de Campina da Lagoa, de Campo Mourão, do Legislativo do Estado do Paraná, e da Casa Civil do Executivo do Estado do Paraná.
04 de Novembro de 2011 - 50 anos.
CAMPINA DA LAGOA
CAPITULO I
O Município de Campina da Lagoa, criado pela lei 4245, de 25 de Julho de 1960, no seu inciso VIII do artigo Iº consta:
“VIII- CAMPINA DA LAGOA- com território desmembrado do município de Campo Mourão, sede na localidade do mesmo nome e divisas seguintes”:
01- Com município de Mamboré, começa no ponto de encontro da linha de divisa entre as glebas 1e2 da colônia Rio Verde com o rio Tricolor ou Goio-Bang, sobre por este até a foz do Ribeirão Saracura;
02- Com município de Roncador - começa no rio Tricolor ou Goio-Bang, foz do Riberão Saracura, sobre por este até a sua cabeceira do Riberão Irerê, desce por este até a sua foz no rio Cantú;
03- Com município de Pitanga: começa na foz do rio Caratuva, no rio Cantú, desce por este até a sua foz no rio Piquirí;
04- Com município de Garaniaçu; começa na foz do rio Cantú, no rio Piquirí, desce por este até a fóz no rio Tourinho;
05- Com município de Cascavel: começa na foz do rio Tricolor ou Goio - Bang;
06- Com município de Ubiratã: começa no rio Piquirí, na fóz do rio Tricolor ou Goio-Bang, sobre por este até o ponto de encontro com a linha de divisa entre as glebas nº1 e nº. 2 da Colônia Rio Verde.
Como o passar dos anos, outros municípios foram criados, assim as divisas do município de Campina da Lagoa, tiveram outros confrontos.
Atualmente as divisas de Campina da Lagoa, são a seguinte:
NORTE – Juranda, município criado em 16/12/1981 pela lei 7.540, e desmembrado de Mamborê; e com Mamborê, também criado pela lei 4.245 de 25 de julho de 1960 e desmembrado de Campo Mourão:
Sul – Campo Bonito, criado pela lei 8403, de 31/10/1986, desmembrado de Garaniaçu, criada pela lei 790 de 18/10/1986, desmembrado de Laranjeiras do Sul; e com Altamira Paraná, criado pela lei 7571 de 27/04/1982, desmembrado de Palmital.
Leste – Nova Cantú, criado pela lei 4788 de 29/11/1963, desmembrado de Roncador;
Oeste – Corbelha, criado pela lei 4381 de 10/07/1961, desmembrado de Cascavel, e com Ubiratã, criado pela lei 4245 de 25/06/1960, desmembrado de Campo Mourão.
Hoje Campina da Lagoa tem três distritos judiciários;
Herveira.
Bela Vista do Piquirí
Salles de Oliveira
Sua sede que é a cidade de Campina da Lagoa.
Herveira.
Bela Vista do Piquirí
Salles de Oliveira
Sua sede que é a cidade de Campina da Lagoa.
CAMPINA DA LAGOA
Onde fica esse município?
Aguardem dia 17 de outubro.
1 – LOCALIZAÇÃO GEOGRAFICA
52°48’9” (cinqüenta e dois graus, quarenta e oito minutos e nove segundos) de longitude oeste do meridiano de grenwiche e 24°35’45” (vinte e quatro graus, trinta e cinco minutos e quarenta e cinco segundos de latitude sul.
Nesse ponto a altitude é de 780 metros , com relação ao nível do mar.
2 – PONTOS DE REFERENCIAS
Campina da Lagoa, Com relação a região centro-oeste do Estado do Paraná, localiza-se praticamente num local intermediário entre os municípios de Campo Mourão e Cascavel, dois municípios pólos da região.
As distâncias de Campina da Lagoa a Campo Mourão é de 98 Km ., e a distancia de cascavel é de 108 Km .
Campina da lagoa fica a 505 Kmde Curitiba, capital do Estado do Paraná.
3 – MICRO REGIÃO ADMINISTRATIVA DO PARANÁ
Administrativamente os 371 municípios do Estado do Paraná, estão em forma de micro regiões, e Campina da Lagoa esta localizada na micro-região 12 (MR–12), onde Campo Mourão é o município pólo.
4 – REGIÃO SUL
O Brasil, é formado por 26 estados e o Distrito Federal (Brasília) e esses estados estão agrupados em 5 grandes regiões.
A região sul é formada por 3 estados o Paraná, Santa Catarina, e Rio Grande do Sul.
Essa Região faz limites com 2 estados do Brasil – Mato Grosso do Sul e São Paulo, com 3 paises da américa do Sul, - Paraguai, Argentina e Uruguai, e a leste com o oceano Atlântico.
Observamos que o Estado do Paraná faz limites com Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina e com os paises Paraguai e Argentina, e com o Oceano Atlântico.
5 – BRASIL EM REGIÕES
Em função de sua grande extensão territorial, 8.511.965 Km2 de área, a influencia de vários tipos de climas e como conseqüência e tipos de solos, o Brasil apresenta vegetações que formam paisagens variadas e diferenciadas.
Em virtude desses fatos e para melhor compreensão das características comuns a determinados estados, eles foram agrupados em Regiões.
Assim os Estados de cada Região, são os que tem as mesmas características ambientais, e com esse critério o Brasil foi dividido em 5 regiões:
Região Norte – Amazonas; Acre; Roraima; Rondônia; Pará e Tocantins.
Região Nordeste – Maranhão; Piauí; Ceará; Rio Grande do Norte; Paraíba; Pernambuco; Alagoas e Bahia.
Região Centro-Oeste – Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Goiás; Tocantins e Brasília.
Região Sul – Paraná; Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
6 – O BRASIL NA AMÉRICA DO SUL
A América do Sul é constituída dos seguintes paises: Argentina; Uruguai; Paraguai; Chile: Bolívia; Peru; Equador; Colômbia;
Venezuela; Guiana; Suriname e Guiana Francesa.
De todos esses países, apenas 2, Equador e Chile, não fazem fronteira com o Brasil e só 2 não tem costa marítima, Paraguai e Bolívia.
O Brasil é banhado pelo Oceano Atlântico e é o maior país da América Latina.
7–FAIXA DE FRONTEIRA
È considerada área indispensável á segurança Nacional.
A Faixa de Fronteira é uma faixa que tem 150 Km de largura, ´é traçada paralelamente a linha divisória do Brasil, com seus paises limites.
A Faixa de Fronteira foi criada pela lei federal n°6.634/79
Os dez paises da América do Sul, que têm fronteira com o Brasil, a Faixa de Fronteira reforça o caráter estratégico dessa região para a competitividade do país e para integração do continente sul.
Observamos que a Faixa de Fronteira é dividida em Sub-regiões, e Campina da Lagoa esta integrada na sub-região XVI com relação à política nacional e internacional, o desenvolvimento da região configura-se como importante diretriz da política de desenvolvimento e da integração nacional e internacional, das comunidades dessa região.
Isso é demonstrado no Texto da lei federal 6634/79, que prevê o Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira.
O programa tem como objetivo principal promover o desenvolvimento da Faixa de Fronteira, por meio de sua estruturação física, social e econômica, com ênfase na ativação com outros paises da América do Sul.
Os Objetivos Associados são assim considerados:
– Promover a convergência das políticas públicas setoriais na faixa de fronteira, para o enfrentamento das desigualdades intra e inter-regionais, considerando a diversidade socioeconômica e cultural da região;
– Articular a questão da sabedoria nacional com o desenvolvimento regional, em sua dimensão econômica, social, institucional e cultural;
– Formular e promover a implementação das potencialidades endógenas, em diversas escalas espaciais, visando à inserção social e econômica das populações locais;
– Articular investimentos em infra-estrutura econômica para apoiar o processo de integração nacional.
– Estimular investimentos em arranjos e cadeias produtivas prioritárias para o desenvolvimento sustentável de regiões menos dinâmicas, buscando a otimização dos benefícios sociais deles decorrentes, o desenvolvimento local e a integração da América do Sul.
Esta observação abaixo é do autor, Pedro Altoé, que reside em Campina da Lagoa, desde 16 de maio de 1966.
A Lei Federal nº 6.634/79, que entrou em vigor no dia 02 de maio de 1979, chegou ao conhecimento das Administrações Municipais?
Será que de maio de 1979, alguma das 11 Administrações Municipais, fez algum projeto nas áreas de atividades do Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira?
Será que alguma Administração de Campina da Lagoa, conseguiu alguma coisa?
São perguntas que não tem resposta.
Quem quiser mais informações entre na internet.
8–AQUIFERO GUARANI
O Aquífero Guarani é o maior manancial de água doce do mundo. Esta localizado na região centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35° de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste e ocupa uma área de 1,2 milhões de Km2.
2/3 da área total do aqüífero, está em território brasileiro, abrangendo os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Esse reservatório de proporção gigantesca de água subterrânea é formado por derrames de basalto ocorridos nos Períodos Triásicos, Jurássico e Cretáceo Inferior, entre 200 e 132 milhões de anos.
Sua recarga anual (principal chuvas) é 160 Km3/ano, sendo que desta, 40 Km3/ano constitui o potencial explorável sem riscos para o sistema aquífero.
As águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos, sendo que em sua porção confinada, os poços têm cerca de 1.500 métros de profundidade e podem prosseguir vazões superiores a 700m3/hora. (700 mil litros/hora).
BIBLIOGRAFIA
– Conhecendo o Paraná – MEC 8ª edição
Lucia da Silva Eitel.
– Meu Estado Paraná – Editora Scipione 2ª edição
– PRODEINOR – Programa de Desenvolvimento Integrado do Noroeste do Paraná – Fundação Universidade Estadual.
– Prefeitura Municipal de Campina da Lagoa (arquivos).
– Pesquisas na Internet – Google – Aquifero Guarani. Ministério da Integração Nacional – spr fronteira
CAPITULO II - RELEVO DO PARANÁ
O relevo do solo do Paraná é constituído principalmente de planaltos e de uma pequena porção de planícies, assim constituídas;
Planície Litorânea, Primeiro Planalto, Segundo Planalto, Terceiro Planalto, onde este localizado o Município de Campina da Lagoa.
A Planície Litorânea é separada do primeiro planalto, pela serra do mar, que além dessa denominação, também é conhecida como serra da Virgem Maria, serra do
Morumbi, serra Negra, serra dos Órgãos e outras denominações.
O Primeiro Planalto é separado do segundo planalto, pela serra denominada Serrinha.
O segundo Planalto é separado do terceiro planalto pela serra da Esperança, que também tem outras denominações como serra do Cadeado, serra Geral.
O Terceiro Planalto é o maior planalto do Estado do Paraná, incluindo o norte, o centro e sudeste do território paranaense e estende-se desde a serra da Esperança até o Rio Paraná e continua nos paises vizinhos.
1-PRIMEIRO PLANALTO
Também denominado planalto de Curitiba, é o mais alto, com altitudes que variam entre 850ª950 metros, e a serra do mar, formadas de rochas, tem altitudes que variam entre 1.000a1900 metros do nível do mar, sendo que o ponto mais alto é o conhecido Pico do Paraná com 1900metros de altitude.
Essa região é de um relevo bastante ondulado, desde a serra do mar ate a serrinha.
2-SEGUNDO PLANALTO
Esse Planalto é denominado por vários nomes, como Depressão periférica ou Planalto dos Campos Gerais.
Como no primeiro planalto, o segundo também é bastante ondulado, perdendo altitude do leste para o este. Alturas que variam de 600ª800metros do nível do mar.
3-TERCEIRO PLANALTO
Também denominado de Planalto de Guarapuava, é denominado pelos geógrafos de Planalto de Arenito Basáltico, cuja altitude varia entre 250ª930metros.
É o maior planalto do Estado do Paraná, abrangendo o norte, o centro, o sudeste e o oeste do estado, num total aproximado de 2/3 da área do estado do Paraná.
As escarpas do 3º Planalto são de uma declividade geral na sua superfície, na direção do oeste, ao nordeste e ao norte. Essa declividade determinou em linhas gerais a formação dos rios que formam a bacia do Rio Paraná, no Estado.
4-ASPECTO GEOMORFOLÓGICO
Gemorfológia é a ciência que estuda a formação da crosta terrestre e as rochas.
Segundo os pesquisadores, o Estado do Paraná, a milhões de anos, teve a sua crosta modificada e alterada por diversos fatores naturais, que determinou a atual superfície do estado.
Um desses fatores, chamado de Fenomeno-de-Elevação que ocorreu na região, formando o atual Primeiro Planalto, também chamado de Maciço Cristalino – Pré-atlântico (ver mapa gemorfológico)
Esse Fenômeno-de-Elevação elevou a área do Primeiro Planalto a uma altitude que varia de 1000ª1900 metros acima do nível do mar, onde se formou a serra do mar e o primeiro planalto.
O sopé oriental da serra do mar olcuta-se sob a sedimentação provocada no período Holoceno, que é o mais antigo do Período Quaternário.
A elevação da área do primeiro planalto teve como conseqüência as mudanças da crosta do 2ºe do 3º planalto.
A oeste da serra do mar começa efetivamente o primeiro planalto. É uma região de relevo ondulado que vai da Serra do mar até a borda da serrinha.
O Fenômeno –de Elevação, causou a elevação das rochas sedimentares da Era Paleozóica do 2º Planalto e cujos efeitos paralelos foi a formação de Escarpas e a declividade geral da região , como Depressão periférica, o que formou o planalto dos Campos Gerais, que vai a serrinha até a Serra Geral onde divide o território com o 3º Planalto.
Se pudéssemos voltar no tempo, iríamos observar as várias etapas que ocorreram nesse planalto.
Essas várias etapas formaram nos arenitos da região formas residuais interessantes que podem ser observada nos dias atuais.
O Fenômeno Elevação, também teve seus efeitos no 3º Planalto, pois segundo os pesquisadores, a milhões de anos essa região sofreu rachaduras na sua crosta original, e através dessas rachaduras lavas vulcânicas escorreram em grandes quantidades e durante muito tempo o que tornou a área do 3º planalto, uma área de sedimentações da Era Mesozóica e de eruptivas Basálticas (Derrame de Trapp – Paraná).
(Ver mapa do Esboço geomorfológico e geológico)
Segundo os pesquisadores esse fenômeno foi a maior atividade vulcânica do Planeta, e a quantidade de lavas vulcânicas, com muito tempo foi formando um tipo de solo muito fértil, que é a composição do solo em grande parte do terceiro planalto, inclusive na região onde esta localizado o Município de Campina da Lagoa.
Esse tipo de solo de origem vulcânico e chamado popularmente de “Terra Roxa”.
Esses derrames de lavas efusivas basálticas como diabósico, basaltos, etc. (o derrame Trapp - Paraná) no nordeste do 3º planalto, trousse consigo o Arenito Caiuá.
O Terceiro Planalto apresenta-se como um planalto inclinado para o oeste, limitado a leste pela Serra da Esperança, onde uma estreita faixa de Arenito Botucatu estende-se nos limites com o segundo Planalto, onde as altitudes atingem de 1100 a 1250 metros . Essa declividade desce rumo a oeste, no vale do Rio Paraná, onde a altitude é de apenas 300 metros .
Os efeitos do fenômeno – elevação caracterizou o 3º Planalto é uma série de patamares os desníveis de blocos falhos e as características que a formação das correntes de água, que se transformaram em rios.
Esses rios com o passar do tempo esculpiram na região, vales ora mais abertos ora mais fechados. Os mais abertos formaram “lajeados” dando origem a corredeiras, e trechos mais fechado formando “canyons”.
Com a formação dos rios, a chamada Bacia do Rio Paraná, tem uma rede hidrográfica muito desenvolvida, e apresenta vários sistemas fluviais, abrangendo os 3 planaltos, devido a sua declividade em direção ao oeste.
Os mais importantes desses sistemas são:
Ø 1 – Rio Tibagí – o principal rio do sistema hidrográfico do Rio Paranapanema, maior parte no 2º planalto e parcialmente no 3º planalto.
Ø 2 – Rio Ivaí – começa no 2º planalto e banha principalmente o 3º planalto.
Ø 3 – Rio Piquirí – que esta localizado totalmente no 3º planalto.
Ø 4 – Rio Iguaçu – o maior rio do sul do Estado que tem início na Serra do Mar e Banha os Três Planaltos.
BIBLIOGRAFIA
Ø Conhecendo o Paraná – MEC 8ª Edição Lucia da Silva Eitel.
Ø Meu Estado Paraná – Editora Scipione 2ª Edição Hamilton Bettes Junior, Marlene Ordñez e Geraldo Salles.
Ø PRODEINOR – Programa de Desenvolvimento Integrado do Noroeste do Paraná – Fundação Universidade Estadual.
Ø Arquivos do Pedro Altoé.
Ø Agrupamentos dos Solos do Estado do Paraná – Professor Wlademir Cavallar Kavaleridze. Universidade Católica do Paraná. Editora Coleção FTD – Ltda.
Ø Pesquisas na internet – Google – vila Velha – paraná – htt://visites.umb./br/ig/galeria/011b-b-tacaarenito-vilavelha.jpg.
Dia 04 de Novembro 49 Anos de Posse do 1º Prefeito Eleito Eugênio Malmstron.
BACIAS HIDROGRAFICAS
Entre os efeitos do Fenômeno Elevação no 3º Planalto, com uma série de patamares, com desníveis de blocos falhos, as correntes de águas, se transformam em rios, com diversos volumes de água e devido suas estruturas, que são extensão, largura, profundidade, nascente, receberam diversas denominações como Rio, Ribeirão Córrego Ribeira, riachos, Arroios, sangas e outras denominações, que são afluentes de outros rios; no seu conjunto formam as bacias hidrográficas.
Observamos que no Estado, temos a Bacia do Rio Paraná, que tem como principais afluentes no 3º Planalto, o Rio Paranapanema, o Rio Ivaí, o Rio Piquirí e o Rio Iguaçu.
Destacamos o Rio Piquirí, que tem a sua bacia Hidrográfica, como a terceira maior bacia, com a maior área física do estado do Paraná num total de 24.731 Km² (quilômetros quadrados), atravessando o estado no sentido sudeste centro-oeste, atingindo 71 municípios, entre eles Campina da Lagoa.
ASPECTO FISICO – O Rio Piquirí é composto por 485quilometros de extensão, nascendo no 3º Planalto, na região centro-sul do Estado, na localidade de Paiquerê, Município de Campina do Simão, com sua foz junto ao Rio Paraná. Conta com seus principais afluentes na sua margem direita os Rios Cantú, Tricolor (Goio-Bang) e Goioerê, e na margem esquerda o Rio do Cobre.
Os solos Predominantes na bacia do Piquirí são: Latossolo – Argiloso e Nitossolo vermelhos.
O relevo do solo em toda Bacia do Piquirí, da sua nascente as sua Foz, bem como de seus afluentes, varia pouco entre suave ondulado e ondulado, que varia entre 410 e a 990 metros.
HIDROGRAFIA DE CAMPINA DA LAGOA – Relembrando que o Rio Piquirí tem como principais afluente os Rio Cantú, Tricolor (Goio-Bang) e Goioerê, na sua margem direita, ressaltamos que o rio Piquirí e Cantú são divisas no sul do município de Campina da Lagoa, e que as divisas do norte e oeste do município é o Rio Tricolor (Goio-Bang) e a divisa a leste são o Rio Saracura, afluente do Rio Tricolor (Goio-Bang). E o Rio da Irara, afluente do Rio Caratuva.
Observando o mapa hidrográfico do Município notamos que a área territorial é delimitada por rios, e apenas uma pequena parte é delimitada por linha seca que une as nascentes do ribeirão saracura afluente do rio Goio Bang e do ribeirão da Irara, afluente do Rio Caratuva.
Observamos também que todos os Rios internos no território de Campina da Lagoa são afluentes dos Rios Piquirí, Cantú, Goio-Bang e Caratuva.
Além dos Rios temos algumas lagoas naturais do município, e algumas cachoeiras:
Lagoa da Praça Antônio Chiqueto
ASPECTO HISTÓRICO – Durante as pesquisas geográficas e geomorfológicas sobre o Município de Campina Da Lagoa, nos deparamos com fatos históricos.
Os colonizadores do Brasil, algumas décadas após o descobrimento, tanto Portugueses, como os Espanhóis, começaram a desbravar terras descobertas;
Em 1531/1532, Aleixo Garcia, que convivia com Indígenas Cariós, mais tade denominados Carijós, na Iha, nas costas de Santa Catarina, e ali tomou conhecimento de que os indígenas tinham alguns objetos de ouro e de prata. Segundo o Historiador Ruy Dias Guzmán, Aleixo Garcia, aprendeu o idioma Guarani e os costumes dos indígenas. O Português conviveu com uma índia cario com quem teve um filho.
Aleixo Garcia soube que existia um “caminho” para chegar no Peru, terra de onde vinham os objetos de ouro e de prata, o “Caminho de Peabirú”, e depois desta revelação Aleixo Garcia, decidiu cruzar as terras desconhecidas, até chegar no Peru, onde viviam os Incas.
Depois de Cruzar parte do Estado de Santa Catarina e entrar no Paraná cruzando o Rio Iguaçu, chegou ao rio, que os índios chamam de Tibagi, próximo onde hoje é o município de Ponta Grossa.
Continuando pelo caminho de Peabiru, rumo ao oeste atravessou os Rios Ivaí e Cantú, seguindo por este até sua foz no rio Piquirí, seguindo pelas margens chegou ao rio Paraná, e entrando no Paraguai, atravessou a América do Sul até chegar ao Peru.
O fato histórico que nos liga a Aleixo Garcia, é que ele esteve onde hoje é Campina da Lagoa, porque, “seguindo as margens do Cantú, chegou a foz dese rio no Rio Piquirí”, ele chegou a caminhar onde hoje é parte do município de Campina da Lagoa.
Em 1941 – Dom Álvares Nuñes Cabeça de Vaca, com 250 homens, 2 padres ffranciscano e 26 cavalos, saiu de Santa Catarina , território espanhol, para assumir o Governo do Paraguai, em nome da Coroa Espanhola.
Ele fez o mesmo trajeto percorrido por Aleixo Garcia, desde o oceano Atlântico, passando pelos Campos gerais, continuando pelos caminhos de Peabiru, passando pelo rio Cantú até sua foz no Rio Piquirí, onde “cabeça de Vaca”, deixou Francisco Orejón, que adoecera e mais 14 Espanhóis, aos cuidados dos índios do Rio Cantú e Piquirí, que com a chegada dos Espanhóis foram amistosos, dando mel, mandioca, milho, abóbora e algumas aves, e em troca receberam objetos como facas, foices e outros instrumentos metálicos.
Mais um fato histórico nas divisas de Campina da Lagoa e na sua área territorial.
Em 1561, a área ocupada pelo Rio Piquirí, o capitão espanhol e seus soldados, exploraram os sertões do Caminho de Peabiru, Chegando até onde hoje é Campo Mourão.
Mais um fato histórico na nossa região.
Em 1576 o rei Felipe III da Espanha confia aos Missionários Jesuítas, a participação dos selvicolas, e eles começam a organizar Reduções Jesuítas, entre elas a Redução de Tombo do Ferro, nas margens do Rio Cantú, (no município do Cantú).
Mais um fato histórico em nossa região.
Assim o Vale do Piquirí foi palco de confrontos diretos e diversos, envolvendo batalhas e escravidão de índios Guaranis, Kaigangs, Xetas e outras tribos.
Lutas essa envolvendo índios, padres e bandeirantes paulistas.
Em 1864 a 1870 a região foi palco da Guerra do Paraguai, e a partir de 1878, começou a ser colonizada por paranaenses vindos de Guarapuava e de outras regiões, e com o termino do ciclo econômico da erva-mate e da madeira, as ares do Rio Piquirí foram se adaptando à agropecuária.
BIBLIOGRAFIA
Ø Arquivos do Pedro Altoé.
Ø Enciclopédias, Delta Larouse, Lisa e Barsa.
Ø Atlas IBGE.
Ø Sistema Brasileiro de Clasificação de Solo – EMBAPA.
Ø Bacias do Rio Piquirí – Secretária Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hidricos – IAP – ICT _ Paraná.
Ø Lendário Caminho de Peabiru na Serra da Pitanga – Terezinha Aguiar Vaz.
Ø A saga de Aleixo Garcia – Rosana Bond – 1998.
Ø Historia do caminho de Peabiru – Volume 1 – 2009 Rosana Bond.
AGUADEM 4 DE DEZEMBRO QUEM É QUEM